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Combate à xenofobia e à exploração é tema de exposições em galeria do Cefet/RJ

Publicado: Quarta, 09 de Julho de 2025, 18h26 | Última atualização em Quarta, 09 de Julho de 2025, 18h27 | Acessos: 74

A Galeria Cubo de Vidro, da Unidade Maracanã, inaugurou duas exposições que abordam o combate à xenofobia, ao trabalho escravo e ao tráfico humano. As mostras intituladas “Ressignificar” e “Nós por Nós” integram a campanha Trajetórias e estarão abertas à visitação de 8 de julho a 5 de setembro. A iniciativa é realizada em parceria com a Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), o Projeto Ação Integrada e o Governo do Estado do Rio de Janeiro, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos.

Inauguradas nessa terça-feira (8), exposições da Galeria Cubo de Vidro integram a campanha Trajetórias e exaltam a importância da memória, da dignidade humana e da liberdade

Com curadoria de Gustavo Coelho, Julia Kronemberger e Thiago Barranco, a mostra “Ressignificar” reúne histórias de vítimas de tráfico de pessoas ou trabalho análogo à escravidão. Por meio de fotografias e relatos sobre as violências sofridas, a mostra busca provocar reflexões e alertar sobre a importância de lutar pela dignidade humana e pelo direito à liberdade. “Essas pessoas passaram por processos traumáticos e carregam cicatrizes que não foram apagadas. Não se trata de um processo de superação, como se o trauma nunca houvesse existido. Elas tiveram de ressignificar e aprender a conviver com a própria história”, destacou Coelho, durante a inauguração.

Já a mostra “Nós por Nós” rememora o caso do congolês Moïse Kabagambe, espancado até a morte no dia 24 de janeiro de 2022 em um quiosque na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. A exposição reúne fotografias da infância, da juventude e da vida cotidiana de Moïse, além da exibição de um minidocumentário com depoimentos de amigos e familiares. A curadoria é da equipe de Comunicação da Secretaria de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos.

Além da inauguração das exposições, o evento contou com ações de capacitação promovidas pelo Governo do Estado e pelo Programa de Atendimento a Refugiados e Solicitantes de Refúgio do Brasil (PARES Cáritas RJ) sobre temas como direitos humanos e a situação dos estrangeiros. Convidada a contar a sua história, a congolesa Rama Tutshumu relatou episódios de xenofobia na época de sua chegada ao Brasil em 2014. “Vim porque meu país estava em guerra. Não quero roubar o trabalho de ninguém, como muitas pessoas ainda pensam, mas preciso sobreviver. Deixei minha família lá e nunca mais consegui voltar. Imagine a saudade que eu sinto”, desabafou Rama, que vive do artesanato que produz e recebeu apoio da Cáritas com alimentação e trabalho ao chegar ao Brasil.

Rama Tutshumu relatou as dificuldades encontradas desde que se refugiou no Brasil em 2014, após fugir da guerra do Congo

Yasmin Abreu, de 17 anos, estudante do curso técnico em Administração, esteve presente na inauguração e elogiou a proposta da campanha. “Achei muito interessante porque as exposições trazem histórias que muitas vezes ficam apagadas, de pessoas que sofrem em silêncio, sem serem notadas. Eu inclusive já soube de casos de pessoas que trabalhavam em condições análogas à escravidão. É um alerta para todos nós”, refletiu a jovem.

A estudante Yasmin Abreu compareceu à inauguração das exposições e participou das ações de capacitação realizadas durante o evento

Desde abril de 2022, a Galeria Cubo de Vidro funciona como espaço dedicado à arte contemporânea e à pesquisa. Ela é gerida pela Diretoria de Extensão (DIREX) do Cefet/RJ, sob coordenação da diretora Renata Moura, responsável pela curadoria e pela montagem das exposições.

Clique aqui para ver mais fotos do evento.

 

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