Alunos do Cefet/RJ visitam roteiro histórico da herança africana no Rio de Janeiro
Grupo de alunos e professores da Unidade Maracanã na Pedra do Sal, durante visita ao Circuito Pequena África
No dia 5 de julho, 41 alunos do 1º ano do técnico integrado ao ensino médio da Unidade Maracanã participaram de uma visita técnica ao Circuito Pequena África, localizado na zona portuária do Rio de Janeiro. A atividade proporcionou uma experiência guiada em locais que preservam a memória da população negra e sua contribuição histórica e cultural para o Brasil, como a Pedra do Sal, o Instituto dos Pretos Novos (IPN) e o Cais do Valongo, reconhecido como Patrimônio Mundial da UNESCO desde 2017.
O professor André Couto destacou a relevância pedagógica da atividade, especialmente porque grande parte dos alunos não conheciam os locais visitados. “Essas atividades são fundamentais. Pela importância de valorizar a memória da população preta do Rio de Janeiro e do país, e também pelo processo pedagógico de formação acadêmica e cultural dos jovens do ensino médio/técnico integrado, oportunizando conhecerem espaços que são parte da nossa história”, afirmou.
A iniciativa foi organizada pelas coordenações de História, Filosofia e Sociologia, com apoio do Departamento de Ensino Médio e Técnico (DEMET), e contou com a mediação dos professores Mariana Renou, André Couto, Aldilene Diniz, Thomaz de Bettencourt, Valena Ramos e Leandro Carvalho. O objetivo é que a atividade passe a integrar, de forma regular, os sábados letivos da área de Ciências Humanas.
Roteiro guiado
Durante a visita, os estudantes conheceram o Largo da Prainha e o monumento em homenagem a Mercedes Baptista, primeira bailarina negra do Theatro Municipal do Rio de Janeiro. Também estiveram na Pedra do Sal, ponto tradicional de resistência cultural e religiosa, onde foi destacada a memória de Tia Ciata, figura central na consolidação do samba e das religiosidades afro-brasileiras.
Um dos pontos altos do roteiro foi a chegada ao Cais do Valongo, erguido em 1811, único cais das Américas construído para o desembarque de pessoas escravizadas trazidas da África. O local funcionava como o principal ponto de chegada de africanos escravizados antes de serem levados para mercados ou direcionados para diferentes regiões do país.
O grupo percorreu ainda locais ligados à resistência negra, como a Praça da Harmonia, palco da Revolta da Vacina, em 1904. O movimento marcou a reação da população pobre, negra e periférica do Rio de Janeiro contra medidas autoritárias do poder público, como remoções forçadas e exclusão social durante o processo de “modernização” da cidade.
A atividade foi concluída com visitas ao Instituto dos Pretos Novos (IPN) e ao Museu da História e da Cultura Afro-Brasileira (MUHCAB). No IPN, os alunos conheceram o espaço que funcionou como cemitério informal de escravizados e hoje se dedica à pesquisa e à preservação da memória das vítimas do tráfico negreiro.
Confira, abaixo, alguns registros da visita.
Largo de São Francisco da Prainha
Cais do Valongo
Cais do Valongo
Jardins suspensos do Valongo
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